NUD

A identificação de sujeitos e grupos perigosos, ameaçadores à ordem social e a saúde moral, era um exercício de governo praticado com regularidade e precisão desde ao menos o final do século XVIII e que, em princípios do século XX, já se firmara como mecanismo fundamental de gestão da sociedade. Nesse sentido, temos como objetivo geral entender as dinâmicas que envolvem o sistema de justiça criminal e os seus operadores, verificando de que modo as práticas discursivas sobre as políticas de controle sobre as drogas incidem nas condutas e decisões tomadas cotidianamente por esses profissionais. Portanto, realizamos entrevistas semiestruturadas com cinco atores que entendemos serem os principais deste cenário, em Campina Grande-PB, com o objetivo de acessar os sentidos compartilhados cotidianamente e construídos, histórica e socialmente, pelos mesmos nos contextos por onde circulam. Além disso, a pesquisa foi realizada a partir da adoção de metodologia qualitativa, utilizando-se dos princípios do construcionismo social para o estudo das Práticas Discursivas. Analisamos, a partir das entrevistas e processos, como os operadores do sistema de justiça criminal, especialmente do judiciário, governamentalizam verdades, possivelmente produzidas pelo senso comum ou por outro saber de cunho científico e de que forma elas incidem em suas decisões. Logo, problematizamos no trabalho que o contexto conturbado e caótico dos operadores de justiça, na tentativa de manter-se a ordem e o controle, é justamente o verdadeiro teatro de encenações e dramatizações dignas de ficção, em que vidas humanas são lançadas à lógica de que para gerar vidas, é preciso deixar morrer.

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Palavras-chave: políticas sobre drogas, justiça, práticas discursivas.

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APOIO: Pró-reitoria de Pesquisa e Extensão da UFCG, Conselho nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ).

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